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13 de jun. de 2011

Como matar sua igreja

Temos visto ultimamente muitos livros evangélicos discorrendo acerca de como garantir o crescimento da igreja local. Muitos eventos tem se realizado para discutir esse assunto. Isto é importante, mas todos concordam que o bem- estar de nossas igrejas depende de cada membro. Se cada um procurar se envolver na sua denominação, ela crescerá naturalmente. O problema é que quando não há cooperação; quando se faz tudo errado; quando ao invés de dar a vida, mesmo quando essa não é sua intenção, matam. Sei que você não quer isso, veja então o que uma pessoa faz quando , querendo ou não, com ou sem intenção, destrói sua denominação:






  • Em primeiro lugar não comparece às atividades. Se vier, quando não tiver outro compromisso, sempre chega atrasado . Quando vem, raramente não tem uma atitude de queixa ou crítica. Nunca aceita uma responsabilidade, sempre deixa para que os outros façam.

  • Não ajuda aos pastores ou líderes, deixa que eles trabalhem sozinhos, afinal, Pastor ganha pra isso. Quando vem à igreja senta bem lá atras para poder conversar à vontade e atrapalha as pessoas ao redor

  • Não perde tempo com as reuniões de oração, mas, quando vem, crítica as pessoas que oram 

  • Não esquece de anotar e comentar com os outros todas as faltas do pastor de líderes. Se possível, informa seus vizinhos e amigos.

  • Não contribui sistematicamente e fielmente. Dá algumas esmolas de vez em quando para acalmar a consciência. Dízimo, segundo ele, é coisa do AT e de igrejas sensacionalistas 

  • Não convida ninguém para ir à igreja, afinal não há nada que sua igreja possa fazer pelos que estão sem Cristo.

  • Não comparece à Escola Dominical, não há mais nada para aprender.

  • Sempre que pode vai a outras igrejas, é bom sempre ver coisas diferentes como é um adulto, faz o que quer.

  • Quando vê alguém entusiasmado, não perde a oportunidade de dizer: " Quero ver até onde vai o seu ânimo".

  • Procura sair várias vezes durante o culto, principalmente durante a mensagem. Vai beber água, ao banheiro, tomar uma ar fresco, andar, desfilar e distrair as pessoas que estão ouvindo e participando.

  • Não esquece de deixar o celular ligado e, se tocar, atende dentro da igreja.


Sei que você entendeu perfeitamente a mensagem. Procure colaborar mais com sua igreja. Tenho certeza de que você será muito abençoado com o crescimento dela.


Texto adaptado - autoria desconhecida 

15 de dez. de 2010

Eliabe -“ismo”

Eliabe-“ismo”: Resquícios da personalidade de Eliabe, irmão de Davi, na geração chamada pós-moderna - somos seres funcionais, nada mais que isso

1Sm 17.28: Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção e a tua maldade; desceste apenas para ver a peleja. A Bíblia é também uma inspiração divina que fala do ser humano nos seus momentos críticos-existenciais; situações que a humanidade se percebe exposta e vulnerável à inimigos maiores e melhor preparados. O caso de Eliabe e Davi ilustra muito bem isso, o cenário em que se desenrola o texto bíblico é de um exército com medo de um gigante filisteu chamado Golias. Um momento de descontrole emocional causado por uma tensão, não necessariamente me faz agir descontroladamente, pode, pelo contrário, fazer pular de dentro de mim aquele meu jeito real de enxergar a vida, e de tratar cada pessoa conforme eu sempre achei que elas deveriam ser tratadas. O desabafo do irmão mais velho de Davi, Eliabe, quando se reportou ao mais moço da casa de seu pai Jessé, nos fala muito sobre o que Eliabe pensava dentro de si sobre seu irmão Davi. O descontrole psicológico, gerado pela presença marcante do gigante, fez com que Eliabe colocasse para fora o que ele pensou sobre Davi talvez durante todos os anos de convivência familiar, desde a infância. E mais, na fala de Eliabe fica-nos revelado um problema social concreto: o perigo de olhar as pessoas a partir de suas funções – funcionalismo - à isso eu chamei de Eliabe-ismo - que não me queimem por isso nos caldeirões efervescentes dos laboratórios de filologia. A tendência de Eliabe é a nossa tendência Davi foi levar lanche para seus irmãos que estavam acampados preparando-se para a batalha contra os filisteus. Segundo o relato bíblico, o comentário de Davi sobre o gigante incircunciso de Gate ter afrontado o nome do seu Deus, enfureceu Eliabe. A tendência de Eliabe é a nossa tendência: quando não podemos com “o maior” (gigante), focamos nossa raiva contra “o menor”; contra alguém que eu sei - vou conseguir exercer poder e domínio. Fazemos isso, conscientes ou inconscientes, às vezes pelo simples prazer ou necessidade de desabafar! Numa atitude incontrolável na tentativa de aliviar a minha tensão, ou aquilo que me aflige e angustia, fujo do gigante: fujo dos problemas reais! Conseqüentemente eu ataco alguém que é um irmão, uma irmã da casa de meu pai. A “geração Eliabe” também não aceita que um pastor de ovelhas, e/ou um entregador de lanches, derrube gigantes. Isso nos parece estranho demais aos olhos e soa desconectado nos nossos ouvidos. Imagine o Jornal Nacional noticiando que um caseiro, zelador da fazenda do patrão, ou um entregador de pizza, conseguiu sozinho montar a defesa de seu filho acusado injustamente diante de um tribunal implacável – defesa que o libertou definitivamente. Isso sabemos ser possível, mas a verdade é que algo parece ficar fora dos seu “devido lugar”; a pergunta que salta é: mas e o advogado (a) ? Pois foi algo semelhante que aconteceu com Davi, vítima da agressão de seu irmão mais velho que havia sido preparado para ser guerreiro. No manual de “Eliabe-ísmo”, guerreia quem foi preparado para guerrear; meu irmão mais novo do que eu, um menino, um cuidador de animais, um entregador de lanches, não derruba gigantes: sua função não é essa! A atitude de Davi nos serve de inspiração. Nesse mesmo capítulo 17, no versículo 30, percebemos uma atitude fantástica da parte de Davi. Ele não argumentou com seu irmão numa tentativa de prová-lo alguma coisa; ele simplesmente desviou-se de Eliabe. Desviar-se? nós precisamos aprender mais sobre isso! Tempos modernos exigem de nós que nos especializemos cada vez mais num montão de coisas. Exige de nós habilidades diversas, e mais do que isso, nos faz ser o que sabemos fazer. “Funcionamos” nos confundindo com as máquinas, transformando-nos em seres funcionais, e somente isso. Recebemos pela nossa função, nos relacionamos por elas, nos organizamos à partir delas, sobrevivemos por elas; etc, etc, etc. Davi nos mostra que podemos sim: cuidar de ovelhas, e entregar o lanche quando nosso pai mandar; mas podemos também derrubar gigantes. Não existe aqui a discussão da “função”, a questão é se estou ou não disposto à derrubar “o gigante de cada dia”. O exército de Israel, embora preparado, amedrontado pelo tamanho do gigante se escondeu; não estavam dispostos e determinados a derrubá-lo. Davi, além de determinado, tinha a fé em Deus de que aquele gigante cairia por terra. O que precisamos aprender e guardar é que, antes de partir para a luta contra o gigante Davi precisou cuidar da fúria do seu irmão; um de dentro da própria casa. Muitas vezes nos vemos nessa situação, saímos para derrubar o gigante, mas perdemos a batalha porque alguém “de dentro” ainda acha que eu não deveria ou não poderia fazer isso. Antes de sair para derrubar o Golias, desvie-se dos iracundos que teimam em te dizer onde é o seu lugar, de onde nunca deveria ter saído. Isso parece um detalhe bobo, mas ninguém vence o gigante que está “lá fora”, se antes não se desviar dos irmãos de dentro, aqueles que querem te amarrar nas suas funções e ler você à partir do que você sabe ou não fazer. Conclusão: Deus quer usar você, não importa a sua função, antes sim sua fé disposição em derrubar gigantes. Mas antes disso você precisa de disposição de se desviar dos que tentam te aprisionar nas funções e fazer dela sua camisa de força.

14 de dez. de 2010

Ele não pesa, é meu irmão

Levai as cargas uns dos outros e, assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6.2-3)  Não adianta procurar na bíblia argumentos para justificar seu isolamento: fé solitária não existe. Viver uma espiritualidade que afirma conhecer a Deus, esquecendo-se de quem vai ao seu lado ofende os céus. Buscar santidade afastando-se do próximo é correr atrás do vento. Se por um lado Deus me pede para me esvaziar, e abandonar meu egocentrismo, por outro lado devo contrabalançar com o reconhecimento da importância de quem caminha comigo. Entretanto, esse esvaziamento de si mesmo só pode ser esperado por quem aprendeu a conviver com suas próprias limitações e reconhece a carência que vai dentro de si. Só quem supera a rejeição pode demonstrar verdadeira aceitação daquele que convive conosco, pois quem ainda não superou as rejeições sofridas no passado de alguma forma estará sempre brigando com os “fantasmas” de supostos agressores. Precisamos retornar a Deus, que nos cura, para que o nosso centro não esteja mais num ego rejeitado, mas em Deus. A partir daí, as incompreensões sobre a minha pessoa ou o que dizem ou pensam de mim já não adquire tanta importância. A comunhão com Deus, e a convicção de que se é amado por Ele, nos faz transbordar.  Sofrer uma dor sozinho é bem diferente da dor sofrida ao lado de alguém. Daí a importância da vida de comunhão da comunidade de fé. Às vezes nos faltam palavras, mas.... não precisa falar nada, basta estar junto. Talvez o abraço seja a melhor representação de amor que alguém pode oferecer. Foi assim com Labão, ao receber Jacó em sua casa: correu-lhe ao encontro, abraçou-o e beijou-o (Gn 29.13). O que dizer do filho pródigo, esfomeado, voltando pra casa, o seu pai o avista de longe, corre em sua direção, o abraça e beija (Lc 15.20)? Vemos Paulo descendo em direção a Êutico, que havia caído da janela, e foi dado como morto. E o que ele faz? Inclinando-se sobre ele, “abraçou-o”, devolvendo-lhe a vida (At 20.10). Como reagiu a igreja diante da partida de Paulo, em Mileto? Entristecidos, o abraçavam afetuosamente, e o beijavam (At 20.37). Há gente que “espiritualiza” tanto a vida, que para eles somente a oração já basta para demonstrar um pedido de perdão ou de amor para alguém. Entretanto, é preciso re-encontrar a pessoa, e assim foi o reencontro de Esaú, que até então estava disposto a matar seu próprio irmão Jacó. Mas ao vê-lo, Esaú correu-lhe ao encontro e “o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram” (Gn 33.4). Com certeza houve a cura para ambos de um passado de ódio e incompreensões. O gesto do abraço afetuoso dispensa qualquer palavra. Ter compaixão significa aproximar-se de quem sofre, enquanto ter dó sugere distância. Por diversas vezes no Evangelho Jesus demonstra compaixão. É uma palavra cuja raiz significa “sofrer com”. Nela não cabe explicações fáceis ou superficiais.   Cumprir as amáveis palavras de Paulo para que levemos “as cargas uns dos outros” não é coisa fácil, pois vai contra o individualismo arraigado em nossas vidas, atrapalha o nosso comodismo, e nos torna responsáveis por mais alguém além de nós mesmos. Quem está disposto a isto?  As maiores demonstrações de narcisismo e desfile de egos, não estão apenas nas passarelas da moda ou na vida fútil dos milionários, mas por incrível que pareça se apresenta também nos grandes ajuntamentos de fé dos que vão buscar a “sorte grande” com Deus. Ali, cada um só olha para si, ninguém está preocupado com a necessidade do outro, com quem está ao seu lado, e não tem o menor interesse em viver uma vida de comunhão com aqueles que o rodeiam. A palavra de ordem é: “eu quero o meu”! Mal sabem que estão buscando a ira divina. Embora o estilo de vida libertino seja a marca mais conhecida que Sodoma deixou, entretanto, aos olhos do profeta Ezequiel, o grande pecado desta cidade foi sua “soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade... mas nunca amparou o pobre e o necessitado” (Ez 16.49). Sim, é isso mesmo que você leu: o individualismo exacerbado dos “shows da fé”, e o descaso com o outro, nos remetem a.... Sodoma!   Alguém disse: “Viver no céu com os irmãos, ó que glória! Viver na Terra com eles, aí é outra história”. Desconfio que quem não souber viver aqui, não está preparado para viver lá. Conta-se que certa noite, em uma forte nevasca, um padre plantonista ouviu alguém bater na porta na sede da “Missão dos Órfãos” em Washington, DC. Ao abri-la ele se deparou com um menino coberto de neve, com poucas roupas, trazendo em suas costas, um outro menino mais novo. A fome estampada no rosto, o frio e a miséria dos dois comoveram o padre. O sacerdote mandou-os entrar e exclamou: Ele deve ser muito pesado. Ao que o que carregava disse: Ele não pesa, ele é meu irmão (He ain’t heavy, he is my brother). Não eram irmãos de sangue realmente. Eram irmãos da rua (há uma versão, não sei se verdadeira, que a composição eternizada pelos The Hollies, teve como inspiração esse fato*).  O que importa mesmo, é a reflexão que isso nos traz: “Ele não é pesado, ele é meu irmão”. Talvez devêssemos chorar nossa falta de paciência com nossos irmãos, talvez precisemos trocar nossos fardos pelo fardo que Jesus deseja para nós.  Um dia Jesus propôs uma troca para mim. Ele viu minha situação, meu cansaço, e disse-me: “venha até mim, você está cansado, deixe a sua carga aqui, junto à cruz, e pegue o meu fardo”. A principio relutei, mas como não tinha nada a perder, aceitei. Hoje, estou aprendendo a caminhar com o peso que Ele colocou sobre minha vida. Surpreendentemente, descobri que é mais leve que aquele que eu levava. Pesado é viver egoisticamente para si. Dureza é tentar satisfazer compulsivamente um ego insaciável. Problema é olhar com obsessão para o seu umbigo, preocupando-se com cada ruga, cada dorzinha que surge, com sua segurança, seu dinheiro, seu descanso... Não é de se admirar estarmos convivendo com o surgimento de tantos distúrbios da alma.  Troque o seu fardo também. O que Deus quer te dar não é pesado.... é o seu irmão.  


Recorde a canção original:




Ele Não É Um Fardo, Ele É Meu Irmão A estrada é longa Com muitas curvas sinuosas Que nos leva quem sabe onde Quem sabe onde Mas eu sou forte Forte o bastante para carregá-lo Ele não é um peso, ele é meu irmão E assim continuamos Seu bem-estar é a minha preocupação Não é um fardo carregá-lo Nós chegaremos lá Pois eu sei Ele não seria um estorvo para mim Ele não é um fardo, ele é meu irmão Se estou absolutamente sobrecarregado Estou sobrecarregado de tristeza Que o coração de todos Não está repleto de alegria De amor, de uns pelos outros Esta é uma longa longa estrada Da qual não há retorno E enquanto estamos a caminho dela Por que não partilhar? E a carga Não vai me pesar absolutamente Ele não é um fardo, ele é meu irmão Ele é meu irmão Ele não é um fardo Ele é meu


Pr. Daniel Rocha
dadaro@uol.com.br